Friday , 12 de september de 2014 A democracia que queremos para o BrasilPainel discute o poder da sociedade existente no país
Qual o tipo de democracia que existe hoje no Brasil e qual nós queremos ter? Durante o I Encontro Nacional do Ministério Público: Pensamento Crítico e Práticas Transformadoras, os expositores do painel "Conhecer o Brasil para Construir a Democracia" questionaram o protagonismo da sociedade civil para a transformação da política atual. Para o sociólogo Marco Aurélio Nogueira, o Brasil estava trabalhando para romper com seu passado, mas hoje está mergulhado num futuro meio as cegas e questiona: "o que dificulta a formação de projetos compartilhados de futuro?" Nogueira elenca algumas delas. Para ele, a mudança na estrutura econômica da sociedade dificulta a interação entre os indivíduos, o que produz uma fragmentação social e uma consequente falta de identidade. "As pessoas não sabem mais qual é o seu lugar no mundo". Mesa debatedora durante a abertura do painel Segundo Nogueira, a repercussão deste fenômeno na política é imediata. "Os partidos políticos também estão embaralhados. É difícil saber o que é direita e o que é esquerda". Apesar da existência dessas dificuldades Nogueira acredita que há consensos - como forma de construção coletiva de um senso político - na sociedade, eles apenas não estão sendo processados. "é preciso dar voz aos atores que produzam mudanças na sociedade". Neste mesmo sentido, que o historiador Marco Antonio Mondaine de Souza, defendeu uma ideia de democracia em que há socialização do poder. Para ele, percebe-se se um país é democrático ou não observando-se os níveis de distribuição de renda, a relação entre negros e brancos, a relação entre homens e mulheres, observando o nível de concentração do poder da mídia. E provocou: "nós vivemos numa democracia restringida". Mondaine acredita que é fundamental repensar os mecanismos de participação política e em uma reforma política que aponte na separação entre o poder político e o poder econômico do país. "Mas é impossível esses debates com tal nível de concentração midiática existente na sociedade", lamentou. Sílvio Caccia-Bava, sociólogo e diretor e editor-chefe do "Le Monde Diplomatique" foi além, pois acredita que a universalização dos direitos é impossível no capitalismo. Apesar disso, ele é otimista ao defender que o poder da sociedade civil em se organizar. "Se temos essa rede de cidadania forte, é preciso criar condições para que ela própria elabore saídas para o seu desenvolvimento". Caccia-Bava acredita que existem propostas que vão no sentido da democratização. "Nós temos propostas, nós não temos é capacidade política para coloca-las em prática", defende o sociólogo. E esta é uma questão estratégica: capacitar a sociedade para realizar a "grande mãe" das reformas, a reforma política. |
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