O Seminário “Universalidade e Espaços de Violência Contra a Mulher”, promovido pelo CEAF/ESMP, lotou o auditório da APMP na sexta-feira, 2 de setembro.

Estiveram presentes 100 pessoas, entre membros, assistentes, analistas de promotoria e estagiários do Ministério Público, advogados e profissionais que integram na Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher.

A promotora de justiça e assessora do CEAF/ESMP Silvia Chakian de Toledo Santos abriu o seminário ressaltando a importância de se conhecer a violência que impacta de forma diferente os diversos grupos de mulheres, quais sejam, mulheres negras, LBT, imigrantes, gestantes e traficadas, por exemplo, graças à somatória dos fatores de subordinação. E também os diferentes espaços onde a violência contra a mulher se faz presente, como é o caso do ambiente universitário, do espaço público, do ambiente virtual, da política e do sistema de justiça, para a elaboração de estratégias eficazes para seu enfrentamento.

A primeira mesa teve como tema a “universalidade da mulher em situação de violência”. Deu início às palestras a filósofa e Secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania Djamila Ribeiro, a qual tratou sobre a mulher negra; em seguida, Marina Zanatta Ganzarolli, fundadora da Rede Feminista de Juristas (DeFEMde) e mestre em Direito pela USP, falou sobre a mulher LBT; a terceira palestrante foi Carmen Rosa Hilari Poma, jornalista e colaboradora do CAMI (Centro de Apoio ao Imigrante), que discorreu sobre seu trabalho com mulheres imigrantes; Ana Lúcia Dias da Silva Keunecke, advogada e coordenadora da ONG Artemis, expôs sobre a mulher gestante e a violência obstétrica e; encerrando a mesa, a promotora de justiça Eliana Faleiros Vendramini Carneiro, mestre em Direito Penal pela PUC/SP e coordenadora do PLID (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos), tratou sobre a questão da mulher traficada e desaparecida.

O segundo painel, cujo assunto foi “espaços de violência contra a mulher”, foi aberto pela antropóloga, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLECH) e membro da Rede Não Cala USP Heloísa Buarque de Almeida, examinou as circunstâncias que permeiam a violência praticada no ambiente universitário; a segunda palestra ficou a cargo de Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner, Vice-Corregedora-Geral do MPSP, que discorreu sobre a violência de gênero que muitas vezes se faz presente no próprio Sistema de Justiça; em seguida, a professora e pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (Direito – SP) Luciana Oliveira Ramos apresentou resumo de sua pesquisa sobre a presença da mulher na política; a jornalista e fundadora do Think Olga Juliana de Faria tratou sobre a violência que transforma as ruas e o transporte público em espaços de medo para as mulheres e; a última palestra do dia ficou a cargo da antropóloga e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLECH) Beatriz Accioly Lins de Almeida, que examinou a violência contra a mulher que ganha cada vez mais espaço no ambiente virtual.

Ao final das palestras foi aberto espaço ao público para perguntas e comentários.

O evento também foi transmitido pela internet, através do canal da APMP no site YouTube. Em breve todo o seminário estará disponível ao público em geral.