As semelhanças entre as operações “Lava Jato” e “Mani Pulite”, além do compartilhamento de ideias e experiências no combate à corrupção, constituíram objeto do seminário “Além da Lava Jato e de Mãos Limpas - Compartilhando Ideias e Experiências Contra a Corrupção”, realizado nesta quinta-feira (29) sede do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), em São Paulo.

O evento atendeu à chamada realizada pelo Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália para o grande debate mundial sobre a corrupção, dentro do programa denominado Italian Business Integrity Day.

Exposição

Antonio Carlos da Ponte foi um dos conferencistas do seminário. Em seu discurso, o Diretor da Escola Superior do Ministério Público destacou a importância do tema e alertou para a necessidade de combate à corrupção, tarefa que, a seu ver, constitui verdadeira obrigação do legislador. A corrupção, afirmou, é a maior das causas dos problemas sociais do Brasil: “é por intermédio da corrupção que se socializa a miséria, que vagas são suprimidas das escolas e que leitos são retirados dos hospitais”.

Especificamente sobre o combate à corrupção, o Diretor da ESMP lembrou a importância das medidas preventivas e protetivas, dentre as quais, com especial relevância, a atividade de compliance. Considerou, contudo, que a maior efetividade no combate à corrupção depende de inovações legislativas:  “a corrupção é um crime grave, mas curiosamente até hoje não ingressou no rol dos crimes hediondos. Se assim fosse, hoje não estaríamos discutindo o cabimento ou não de indulto a quem foi condenado por corrupção”.

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O evento

O cônsul geral da Itália no Brasil, Filippo La Rosa, abriu o seminário, que contou ainda com a mediação do superintendente geral do CIEE, Humberto Casagrande Neto, e do Magistrado aposentado e conselheiro do CIEE Wálter Fanganiello Maierovitch. Também participaram do encontro o ministro do Superior Tribunal de Justiça Sidnei Beneti, o representante da Transparency Italia, Giovanni Colombo, o professor José Rogério Cruz e Tucci, da Faculdade de Direito da USP e o presidente do GEI – Gruppo Esponenti Italiani, Valentino Rizzioli.

Representantes de várias empresas apresentaram propostas para prevenir a corrupção e garantir a integridade nos negócios.