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Monday , 30 de november de 2015

Grupo de igualdade racial promove palestra sobre “igualdade e democracia”

Tema foi abordado pelo professor de Filosofia da USP Alysson Mascaro
Tema foi abordado pelo professor de Filosofia da USP Alysson Mascaro

Grupo de igualdade racial promove palestra sobre “igualdade e democracia”

Uma apresentação artística com alunos da Fábrica de Cultura da Vila Nova Cachoeirinha abriu, na manhã de quinta-feira (26/11), a reunião extraordinária do Grupo de Trabalho de Igualdade Racial do Ministério Público do Estado de São Paulo, realizada no edifício-sede da Instituição Membros e Servidores e que contou com palestra do Professor Alysson Mascaro sobre igualdade e democracia na perspectiva do racismo no Brasil.

Nove adolescentes com idade entre 13 e 18 anos expressaram com música, canto, poesia e dança o desejo da grande maioria dos jovens brasileiros de ter seus direitos humanos respeitados. O espetáculo foi desenvolvido pelos alunos da Fábrica de Cultura, que desenvolve atividades na zona norte da capital, sob a orientação de Mônica Cardim, supervisora artística e pedagógica, e de Thomas William Holesgrove, professor de teatro do Projeto, que aceitaram o convite do Ministério Público.

Na sequência, o Professor Alysson Mascaro, livre-docente de Teoria Geral do Direito e Professor Titular de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), além de um dos fundadores do curso universitário de Direito para a causa negra, a Zumbi dos Palmares, iniciou sua exposição afirmando que o racismo no Brasil existe por  questões estruturais ligadas  à ordem econômica que rege as relações  humanas, sociais e políticas no País.

Para o Professor, o que é estrutural não passa pelo nível da vontade de cada um, sendo algo que está imperceptivelmente ligado ao inconsciente. “A informação subliminar do racismo não passa pelo nosso querer”. Os aparelhos ideológicos cuidam de introduzi-lo no inconsciente, que se alimenta de modos de viver e de símbolos, lembrando, a respeito, que “os negros da África nos deram 50% da população brasileira, mas não existem símbolos negros da justiça nos espaços públicos brasileiros”. Ainda de acordo com a exposição, a balança e a espada, de origem grega, são os símbolos da justiça presentes e aceitos, mas, nunca, um símbolo negro de justiça, como a machadinha de dois gumes de um mito africano como xangô.

Além dos esforços individuais, que a todos implica, de enfrentamento das estruturas enraizadas no inconsciente, o racismo deve ser enfrentado também pelas Instituições, lembrando o Professor a importância de o Ministério Público contribuir para tanto, por exemplo, com a adoção de ações afirmativas, dentre as quais as cotas para negros em seus concursos públicos de ingresso.

O palestrante concluiu sua manifestação com uma mensagem de esperança. O Professor Alysson lembrou que, não obstante as dificuldades do atual momento político e histórico brasileiro, que as novas lideranças, como os jovens que se apresentaram, haverão de proporcionar a renovação das estruturas sociais, removendo as injustiças que ensejam o racismo.


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