Na última terça-feira, (21/2), o Núcleo Santos do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), contando com apoio de promotores de Justiça da região e da capital, deflagrou a Operação Ouro Branco. Com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil e do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Peruíbe, Itanhaém, São Vicente e São Paulo.
Houve ainda o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária. Desses, três se destinavam a investigadores de polícia da Delegacia-sede de Peruíbe. Na casa do primeiro policial, foram apreendidos cerca de R$ 19 mil em espécie e um revólver sem registro (guardada na residência da mãe do investigador). O fato acarretou a prisão em flagrante também por crime do Estatuto do Desarmamento. Na residência do segundo policial, foram encontrados aproximadamente R$ 8 mil em dinheiro, escondidos na churrasqueira do imóvel, além de anotações indicativas do recebimento de propina. Já na casa do terceiro policial preso foram apreendidos pouco mais de R$ 2 mil em dinheiro. Nos três casos, foram apreendidos também telefones celulares, documentos, relógios e joias.
O quarto mandado de prisão foi cumprido contra um advogado, também de Peruíbe. Segundo as investigações, ele intermediava o contato entre traficantes e os policiais corruptos, recebendo dinheiro dos primeiros para repassar aos últimos. No local, foram encontrados cerca de R$ 2 mil, valor que provavelmente seria entregue naquele dia aos policiais. Uma motocicleta que era produto de furto também foi apreendida. Além da prisão temporária, o advogado também foi preso em flagrante por receptação.
O quinto e último mandado de prisão temporária se destinava a uma traficante da região, que ainda não foi localizada, estando foragida da Justiça. Essa mulher, que também atuava em Peruíbe, era quem costumava entregar ao advogado preso o dinheiro da propina destinada ao pagamento dos policiais. Mediante tais pagamentos, os traficantes da área recebiam informações privilegiadas sobre ações que a polícia viria a realizar.
Além desses mandados de prisão temporária, outros três, de busca e apreensão, foram cumpridos contra mais três integrantes da Polícia Civil: um delegado e dois investigadores. Todos tinham atuação em Itanhaém e pelo menos dois deles têm passagens recentes nas delegacias de Peruíbe.
Os demais mandados de busca e apreensão foram cumpridos, principalmente, em locais de Peruíbe que as investigações apontavam funcionar pontos de tráfico de drogas.
Durante as buscas, foram encontradas pela Corregedoria da Polícia Civil duas sacolas plásticas contendo dezenas de porções de entorpecentes (maconha, cocaína e crack) sem qualquer tipo de apreensão oficial. As substâncias estavam na sala utilizada pelos investigadores presos, o que levou à prisão em flagrante dos três indivíduos por tráfico de drogas.