O Promotor de Justiça Fernando Bolque, do I Tribunal do Júri da Capital, vai pedir novas diligências sobre a morte do menino Ítalo, de 10 anos de idade, numa ação da polícia militar, no dia 2 de junho de 2016, na região do Morumbi. O menor dirigia um veículo furtado num prédio nas imediações, na companhia de outro menor, de 11 anos, quando foram perseguidos pela PM. Ele acabou sendo morto com um tiro na cabeça, disparado por um dos policiais. O outro menor foi entregue à mãe.
Na última sexta-feira (17) a Promotoria recebeu a conclusão do inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, após analisar o procedimento, entendeu existirem inúmeras diligências faltantes.
Entre os pedidos que devem ser feitos, estão o áudio da conversa entre as viaturas da PM que perseguiram o veículo furtado pelo garoto; o depoimento do delegado do 89º Distrito Policial, Portal do Morumbi, para saber se ele foi ao local onde o menino de 10 anos foi morto; novos depoimentos dos dois policiais militares para esclarecer contradições (entre elas, se o menino de 10 anos atirou contra os policiais ou se eles viram um clarão, como relataram anteriormente); o MP quer saber ainda dos PMs se os vidros do carro guiado pelo menino estavam abertos, fechados ou parcialmente abertos.
A Promotoria também quer explicações a respeito do fato de a arma que teria sido usada pelo menino ter sido retirada do local onde ele foi morto. E também por qual razão o garoto sobrevivente foi levado pelos PMs para sua casa, o que feriria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O promotor irá, ainda, requisitar ao Instituto Médico Legal se é possível o identificar a distância do disparo, assim como informar o resultado de laudos toxicológicos do menino de 10 anos, e também deverá pedir para o Instituto de Criminalística explicar a contradição entre a ausência de resíduos de chumbo na luva da mão de direita do menino e a presença da substância em suas mãos.
Outra providência que a ser pedida é que a criança sobrevivente seja novamente ouvida para sanar contradições entre seus depoimentos.