Um desdobramento da operação Ouro Negro deflagrada na semana passada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Piracicaba, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, levou à cadeia na noite desta terça-feira (21/3), mais dois homens acusados de desvio de petróleo bruto da Petrobrás realizado por uma empresa da região. As prisões em flagrante ocorreram em Mombuca durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Participaram das investigações os promotores de Justiça André Camilo e Aluísio Maciel Neto. Também estiveram presentes nas buscas os promotores de Justiça Alexandre de Andrade Pereira e André Luiz Brandão.
De acordo com Camilo, os flagrantes foram possíveis porque durante a apreensão de documentos e de material foi constatado que os dois cometiam crimes que permitem as prisões como receptação, crime ambiental e contra a ordem econômica. Também foi apreendido combustível. Nesta quarta-feira (22/3), os presos foram apresentados por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba a um juiz de plantão em audiência de custódia, que entendeu que não havia motivo para manter as prisões porque eles não oferecem risco à ordem pública.
Na semana passada a operação Ouro Negro apreendeu 1 milhão de litros de petróleo bruto de uma refinaria em Cosmópolis. Na ocasião, foram presas três pessoas, entre elas o ex-prefeito de Mombuca, Marcos Poletti, suspeito de armazenar combustível de uso exclusivo da Petrobrás em uma refinaria clandestina.
Na quinta-feira (16/3), quando foram realizadas essas três primeiras prisões, os promotores encontraram evidências de irregularidades na empresa Tecnoil, o que permitiu que fizessem o pedido de busca e apreensão na empresa nesta terça-feira (21/3), no escritório de um dos sócios da empresa, no centro de Limeira, e na sede da Tecnoil em Mombuca. As prisões ocorreram em Mombuca. Técnicos da Petrobrás também estiveram no local para coletar e analisar o petróleo estocado. Foi constatado que o combustível era da estatal de petróleo.
A operação Ouro Negro levou à cadeia até agora cinco pessoas. As investigações prosseguem com a análise de documentos e material apreendido, segundo Camilo.