Em uma cerimônia prestigiada por inúmeras autoridades civis e militares, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, tomou posse na tarde desta segunda-feira (16/4) perante o Órgão Especial do Ministério Público de São Paulo para mais um biênio à frente da instituição. "Ministério Público forte é o Ministério Público unido", enfatizou Smanio em discurso proferido pouco depois da assinatura do termo de posse, na sede do MPSP, na capital paulista. "Renovo o compromisso de que o Ministério Público de São Paulo seguirá em seu caminho de atuação firme, profissional e isenta, com respeito aos direitos assegurados na Constituição Federal. Uma instituição transparente, aberta, moderna e eficaz para servir cada vez melhor aos cidadãos de São Paulo e do Brasil".
A recondução de Smanio ao mais alto cargo do MPSP decorre dos 1.178 votos recebidos na eleição interna realizada pela instituição em 7 de abril. O governador Márcio França decidiu prestigiar a classe, indicando o mais votado da lista tríplice. "Quero cumprimentar todo o Ministério Público", afirmou o governador, presente à solenidade. "Doutor Smanio, o Estado de São Paulo tem orgulho de lhe ter na função de procurador-geral de Justiça", completou.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes veio a São Paulo para representar a presidente da corte, ministra Carmen Lúcia. "Pelo momento que o Brasil vive, é um privilégio para o Ministério Público de São Paulo ter em sua chefia alguém como o Smanio", declarou Moraes, a partir da constatação de que nenhuma outra instituição no país se fortaleceu tanto, de 1988 para cá, quanto o Ministério Público. "Parabéns à classe que o elegeu com a maior votação da história".
Em nome do Órgão Especial, o procurador Álvaro Augusto Fonseca de Arruda saudou o PGJ, destacando a sua atuação no primeiro mandato na defesa das prerrogativas da instituição. "Um procurador-geral de Justiça que soube desempenhar o seu mister com responsabilidade, dignidade, competência e altivez", enfatizou Arruda.
O procurador Walter Sabella, a quem coube conduzir a solenidade antes da assinatura da posse, fez questão de citar Valderez Abbud e Márcio Christino, que completaram a lista tríplice, pela iniciativa de participar do processo eleitoral e se colocar à disposição da instituição. "O nosso porto de destino é um e é único", disse Sabella, expressando uma tese referendada também pelo presidente da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), José Oswaldo Molineiro. Para o dirigente da APMP, os debates do período eleitoral acabaram e agora é importante caminhar "juntos e unidos".
Em seu discurso, Smanio também mencionou Valderez e Christino. "Faço uma saudação especial aos colegas que concorreram ao cargo de procurador-geral de Justiça... Eleição disputada com grandeza e lisura, debatendo propostas, o que somente engrandeceu o Ministério Público de São Paulo. Tenho enorme respeito pela trajetória profissional de ambos, colegas destacados e de reconhecida capacidade moral e intelectual, que faço questão de ressaltar", destacou Smanio, dirigindo-se à mesa, que contou também com as presenças do deputado Arnaldo Faria de Sá, do desembargador Artur Marques da Silva Filho (vice-presidente do TJ), e dos procuradores Paulo Afonso Garrido de Paula (corregedor do MPSP), Antônio de Pádua Bertone (secretário do Órgão Especial), Fernando José Marques (decano do Órgão Especial) e Olheno Scucuglia (secretário do Conselho Superior do MPSP). A cerimônia foi assistida pelos ex-PGJs José Emmanuel Burle Filho, Luiz Antônio Marrey, José Geraldo Brito Filomeno e Rodrigo Pinho.
O PGJ agradeceu ainda a todos os colaboradores que integram o gabinete, com quem dividiu o mérito pelo reconhecimento da classe expresso na votação de 7 de abril, e companheiros das Arcadas do Largo do São Francisco, com quem militava pela redemocratização do país. "Queria agradecer os amigos que a vida me trouxe", afirmou. "Queria agradecer a minha família", prosseguiu, agora com a voz embargada.
Ele citou o pai, o procurador aposentado Luís Antonio Mascaro Smanio, cuja pilha de processos na escrivaninha de casa ficou marcada em sua memória como a primeira lembrança do Ministério Público. Citou a mãe, a advogada Heloísa Helena Poggio Smanio, que, afetuosa, pedia que não fizesse barulho para não atrapalhar o trabalho do pai. Citou a irmã, a cardiologista Paola Smanio, por quem expressou enorme admiração de forma paradoxalmente eloquente com uma pausa na fala provocada pela emoção. Em seguida, citou a esposa, a pedagoga Cinthia Clepf Martins Smanio, o filho, Gian Luca, a filha, Maria Carolina... e chorou. Ao encerrar a sua manifestação, já encoberto pelos aplausos, o PGJ ainda registrou: "Meu amor é incondicional". A frase, dizem os mais próximos, revela o que ele sente pela família e o que sente pelo MPSP.
Fotos da posse estão disponíveis aqui.