A partir de notícia de suposta injúria racial praticada por funcionário da rede de lanchonetes Burger King contra um consumidor, a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, Área de Inclusão Social, instaurou inquérito civil para fazer com que a empresa adotasse práticas corporativas afirmativas, voltadas à igualdade racial e à educação em direitos humanos.

A ocorrência concreta não era objeto do procedimento, já que seus aspectos criminais, cíveis e administrativos estão sendo tratados pelos agentes públicos com atribuições para tanto. O fato apenas serviu de mote para o convite que a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, em suas atribuições de tutela coletiva, formulou à empresa para que realizasse uma campanha publicitária de enfrentamento ao racismo e estímulo à igualdade racial, dirigida ao público em geral que frequenta seus restaurantes.

A empresa aceitou a proposta e, sem assumir qualquer responsabilidade pelo evento concreto, elaborou peça publicitária divulgada no fim de 2018 em suas mídias sociais, em que aborda os tipos de preconceito presentes na sociedade brasileira. A campanha publicitária alcançou mais de três milhões e quinhentas mil visualizações e três milhares de aprovações expressas. 

A campanha destaca a diferença entre “opinião” e preconceito, ampliando a incidência não apenas para o preconceito racial, mas para toda a gama de discriminações e preconceitos ainda presentes na sociedade.

O objetivo do inquérito civil foi a adoção de políticas corporativas de afirmação da igualdade racial, com a adoção de medidas de prevenção do racismo institucional e de educação em direitos humanos no que se refere ao enfrentamento ao racismo.