Acompanhado pela subprocuradora-geral de Justiça de Integração e Relações Externas, Lídia Passos, pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional Cível (CAO Cível), Tiago Zarif, e pela promotora Fabíola Sucasas, assessora do CAO Cível, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, esteve no evento promovido pela Faculdade Zumbi dos Palmares para marcar o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial.
A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 1966, depois da tragédia ocorrida em 1960, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, que ficou conhecida como Massacre de Shaperville. Na ocasião, cerca de 20 mil negros faziam uma manifestação contra a Lei do Passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles poderiam transitar na cidade. Tropas do Exército dispararam sobre a multidão, matando 70 pessoas e ferindo mais de 180.
Na solenidade desta quinta-feira (21/3), realizada no Memorial da América Latina, o PGJ e o reitor da Zumbi dos Palmares, José Vicente, assinaram termos de cooperação com os objetivos de "promover o intercâmbio de experiências de inclusão social, de aprimorar a atuação do Ministério Público no sentido de contribuir para a redução da desigualdade racial e de gênero", bem como "executar projetos e ações mútuas que estimulem a produção do conhecimento e a promoção da diversidade, dos Direitos Humanos e da educação para os Direitos Humanos". "Essa luta é uma luta que enobrece a todos", declarou Vicente.
"O Ministério Público tem uma tradição de cuidar da sociedade", afirmou Smanio, em seu discurso para os estudantes. O PGJ apresentou dados preocupantes sobre a realidade enfrentada no país pelos negros. A taxa de homicídio neste segmento da população é duas vezes e meia superior à registrada entre os não negros. "Esses dados são inquestionáveis. Que possamos levar o aprendizado de hoje para o MPSP", afirmou Smanio.
Uma das iniciativas da Faculdade Zumbi dos Palmares é, por meio de acordos com o setor privado, aumentar a empregabilidade dos alunos negros. Em sua intervenção, o presidente do Santander no Brasil, Sérgio Rial, constatou que paulatinamente o corpo de funcionários do terceiro maior banco privado do país reflete cada vez mais a composição da população brasileira. "O que é mais importante é você ser quem você é", disse o executivo.
Outro convidado da noite, Marcelo Nobel, reitor da Unicamp, informou que 38% dos ingressantes no último vestibular são negros, o mesmo percentual da população no Estado de São Paulo. "O acesso à educação teve e continua tendo papel importante nesta conquista".
Em sua manifestação, Smanio agradeceu o empenho de Fabíola para viabilizar os termos de cooperação. A promotora dividiu os créditos com o promotor Rafael de Oliveira Costa, também assessor do CAO Cível, que trabalhou intensamente no projeto.
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