Os caminhos para a mobilidade humana passam pelo resgate das áreas públicas para a construção de uma cidade mais humana. Essa foi a tese defendida pelo engenheiro civil e mestre em transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Sérgio EJzenberg, na manhã desta terça-feira (16/4), na Escola Superior do Ministério Público (ESMP), durante o ciclo de debates “Mobilidade Humana em Grandes Cidades.”
Para o especialista, as soluções seriam investimentos em mais faixas exclusivas e corredores de ônibus onde possível, calçadas e canteiros centrais mais largos, incentivo a ciclistas e patinetes em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Tudo isso, na visão de Ejzenberg, tornaria o clima urbano melhor, além de trazer benefícios para a saúde da população. “Teríamos menor poluição do ar, maior umidade do ar, suavização das ilhas de calor (arborização em calçadas e canteiros centrais) e maior inércia térmica”, afirmou.
Outra sugestão do engenheiro é a ampliação do Metrô para haver economia anual no transporte individual. Segundo dados demonstrados por Ejzenberg, haveria a absorção de 60% do tráfego de automóveis em horário de pico. “Os congestionamentos por excesso de veículos ficariam eliminados e haveria uma economia anual de R$ 40 bilhões com a expansão de mais 80 quilômetros de Metrô,” disse. Para chegar a essas conclusões, o especialista fez um estudo comparativo entre os modais de transporte público em metrópoles: Metrô, monotrilho, VLT e corredores de ônibus.
Para debater com Ejzenberg foram convidados também a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, o geógrafo e especialista em Planejamento e Gestão de Cidades, Rafael Calabria, o diretor de planejamento da SPTrans, Levi dos Santos Oliveira, o engenheiro civil e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanus), Francisco Christovam, e os promotores de Justiça Marcus Vinícius Monteiro dos Santos e Marcos Mendes Lyra.
Participaram da mesa de abertura do evento o promotor de Justiça Reynaldo Mapelli, representando o diretor da ESMP, Antônio Carlos da Ponte, o coordenador do Centro de Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva (CAO Cível), Tiago Zarif, o vice corregedor do MPSP, Motauri Ciocchetti de Souza, o consultor técnico em acessibilidade da secretaria da Pessoa com Deficiência, Sidnei Tobias, representando o secretário municipal Cid Torquato e a urbanista Raquel Rolnik.
