O ex-corregedor-geral da Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp) da Secretaria de Estado da Fazenda Marcus Vinicius Vannucchi e a ex-mulher dele, Olinda Alves do Amaral Vannucchi, foram denunciados pelo Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec) do MPSP, acusados de ocultar valores oriundos de infração penal. Ambos estão presos temporariamente. No dia 7 de junho, em desdobramento da Operação Pecunia Non Olet, integrantes do Gedec foram informados sobre a existência de um espaço oculto no local declarado como endereço residencial de Olinda, em Itatiba. Com autorização da Justiça, foi realizada busca e apreensão na residência, sendo encontrados 180.202,00 dólares e 1.300 euros escondidos dentro de uma espécie de cômoda com fundo falso no interior de um cômodo semelhante a um "bunker".
De acordo com as investigações, Vannucchi constituiu empresas de fachada, algumas no mesmo endereço e até com mesmo objeto social. Ele chegou a adquirir mais de 60 imóveis em nome das empresas e de outras pessoas, em especial de sua mãe, da ex-esposa e filhos. Para blindar o patrimônio constituído ilegalmente, ele se separou de sua mulher. Contudo, as investigações mostraram que os dois viajaram juntos para o exterior ao menos duas vezes após a separação. As investigações também constataram um injustificável aumento de patrimônio após Vannucchi assumir o cargo de corregedor da Corfisp, quando ele teria arquivado procedimentos administrativos de fiscais por enriquecimento ilícito.
Outra manobra utilizada pelo ex-corregedor e seus familiares foi a de fazer sucessivas retificações nas declarações de Imposto de Renda, muitas delas próximas da data de prescrição fiscal, adicionando patrimônio. Somente a sua ex-esposa apresentou 24 retificações de declarações de renda em um período de sete anos. Essas declarações de IR, no entanto, são incongruentes, sem lastro financeiro para a quantidade de patrimônio que foi adquirido. Outro detalhe que chamou a atenção foi que todas as declarações e retificações feitas, tanto dele como de outras pessoas, saíram todas de um mesmo computador.
As medidas judiciais requeridas contra Vannucchi foram o sequestro de 37 imóveis dele e de outras pessoas envolvidas; a suspensão das atividades das empresas, sequestro das cotas integralizadas e dos valores depositados nas suas contas e aplicações; afastamento do cargo de auditor fiscal do Estado e proibição de manter contato com quaisquer outros agentes fiscais de renda; além da prisão temporária.