Acolhendo denúncia oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a 3ª Vara Criminal de Ribeirão Preto condenou a 630 anos de prisão criminosos que agiam no interior de São Paulo distribuindo cocaína para traficantes de outros Estados. Dentre os 28 sentenciados da organização criminosa estão dois irmãos, líderes do bando e sócios no esquema, e empresários de Ribeirão Preto que movimentavam e faziam a lavagem do dinheiro.

A investigação, que resultou na sentença do último dia 11 de julho, ocorreu no âmbito da Operação Falange, deflagrada em maio de 2016 após um ano de investigação feita pela Polícia Federal. A droga, que vinha do Mato Grosso Sul, era enviada para traficantes do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo e do Espírito Santo. 

Ao longo das investigações, foram apreendidos mais de 400 kg de cocaína, avaliados em R$ 5,5 milhões. Estima-se que o grupo criminoso tenha faturado mais de R$ 9 milhões. O montante oriundo do tráfico transitou por contas bancárias de empresas de fachada. Proprietários de revendedoras de veículos de Ribeirão também fizeram a lavagem. Os recursos ilícitos foram aplicados em dezenas de imóveis, alguns em condomínios de alto padrão e outros situados em bairros nobres do litoral de Santa Catarina. 

A Justiça também decretou a perda dos bens adquiridos pela organização criminosa, sendo mais de 60 veículos, aproximadamente R$ 440 mil em dinheiro, 608 g de ouro e 14 imóveis, incluindo um em condomínio de luxo de Ribeirão, uma casa no Jurerê Internacional, em Florianópolis, e um apartamento no centro da cidade de Balneário Camboriú.

Com a venda dos bens, o valor apurado será repassado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e aplicado em programas ou instituições de combate e repressão ao tráfico de drogas.

O processo criminal número 0011049-53.2015.8.26.0506 está tramitando em segredo de Justiça.