O promotor de Justiça Hidejalma Muccio denunciou dois policiais militares pelo homicídio de Ricardo Silva Nascimento, um carroceiro executado na capital paulista. Muccio defende que o crime ocorreu por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O carroceiro se desentendeu com os policiais militares na região de Pinheiros em julho de 2017. Ao ameaçá-los com um pedaço de pau, foi atingido por dois tiros.
Na denúncia, consta que “José Marques Madalhano, executor, e Augusto Cesar da Silva Liberali, partícipe, mataram o ofendido Ricardo Silva Nascimento, por motivo fútil (...), após ter sido admoestado em razão da ocorrência que o envolvia".
O promotor destaca, ainda, que mesmo sendo desnecessário o emprego de arma de fogo na solução da briga, Madalhano, apoiado por Liberali, optou por atirar. “Não lançou mão de sua ‘tonfa’, nem do gás de pimenta que levava consigo, nem agiu para impedir ou mesmo ponderar acerca da desnecessidade de emprego de meio mais violento”, escreve o promotor.
O tenente Antônio Evaristo Rosa Neto, que atendeu a ocorrência, alegou que ordenou a remoção do corpo de Nascimento porque ele ainda apresentava sinais vitais, o que foi desmentido na investigação. O promotor solicita que o caso seja oficiado à Justiça Militar e à Corregedoria da Justiça Militar para apurar a conduta do tenente, que inviabilizou a adequada perícia no local.
O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo sob o número 0003246-52.2017.8.26.0052.