"Para nós, é importantíssimo ouvir". Foi assim que o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, definiu, nesta quinta-feira (12/9), o objetivo do evento Justiça Urbana - Cidades e Direitos, que reuniu profissionais do sistema de Justiça, acadêmicos e integrantes de movimentos sociais para refletir sobre as questões que afetam o tecido urbano e propor caminhos para superar os problemas.

"As instituições em conjunto podem fazer muito mais", argumentou Smanio na abertura do encontro, que contou na mesa de abertura com a presença da subprocuradora-geral de Justiça de Integração e Relações Externas, Lídia Passos, do vice-diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, da defensora pública Juliana Garcia Belloque, da procuradora do Estado Julia Giovannetti, do vice-presidente da seção paulista da OAB, Ricardo Luiz de Toledo Santos Filho, de Betânia de Moraes Alfonsin (Instituto Brasileiro de Direito Urbano), do professor João Sette Whitaker Ferreira (FAU-USP) e de Ermínia Maricato, responsável pela exposição.

Em sua fala, o PGJ destacou o que classificou como números superlativos nas estatísticas oficiais sobre a crise da habitação. Só na capital paulista, quase 700 mil pessoas vivem em áreas de risco. "Por isso, essa reunião das instituições jurídicas com os movimentos sociais e a academia", sublinhou. Julia, em sua saudação, afirmou que a gestão de Smanio à frente do MPSP "representa uma busca constante por pontes e diálogos". Smanio atribuiu à atuação de Lídia, organizadora do evento no Largo do São Francisco, a aproximação do MPSP com a sociedade. Ele destacou também o trabalho do procurador Tiago Zarif, coordenador do Centro de Apoio Operacional Cível, no suporte aos membros da instituição que lidam com a questão da habitação.

Os promotores Marcus Vinicius, Roberto Pimentel, Cláudia Maria Beré, Luciana Cristina Nogueira Lucas Lo Ré, Valcir Kobori e Yuri Castiglione compareceram ao evento, bem como o procurador de Justiça José Carlos Cosenzo, coordenador de Assuntos Estratégicos do MPSP.

Lídia, que vê "um arsenal legislativo muito avançado no Brasil" sem resultar na efetiva garantia de direitos, antecipou que a pretensão do Ministério Público é replicar eventos como o desta quinta por todo o Estado.