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Tuesday , 12 de november de 2019

Promotoria obtém liminar para continuidade dos serviços oferecidos pelo CRD em São Paulo

Órgão atende LGBTs em situação de vulnerabilidade
Órgão atende LGBTs em situação de vulnerabilidade

Por força de liminar judicial obtida pelo MPSP nesta terça-feira (12/11), o município de São Paulo fica obrigado a manter o integral e regular funcionamento do Centro de Referência da Diversidade (CRD), preservando a dotação orçamentária do órgão e sua vinculação à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Para caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 5 mil.

O CRD foi implantado no município em 2008 para atendimento de segmentos da população LGBT de extrema vulnerabilidade (como mulheres transexuais e travestis trabalhadoras sexuais, pessoas expulsas de casa e pessoas em situação de rua) com serviços de acolhimento e reinserção social.

O pedido de liminar foi feito no âmbito de uma ação civil pública ajuizada pelos promotores de Justiça de Direitos Humanos Anna Trotta Yaryd e Eduardo Valério. O processo teve início a partir de notícias de que a Prefeitura de São Paulo iria fechar o CRD sob o argumento de que a Secretaria Municipal de Direitos Humanos realizaria o mesmo serviço. À época, o Executivo municipal ter feito cortes nos serviços de Proteção Básica e Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, área que abarca o CRD. 

Visitas técnicas realizadas por integrantes do Núcleo de Assessoria Técnica Psicossocial (Nat) do MPSP tanto no CRD quanto no Centro de Cidadania LGBTI Luiz Carlos Ruas, que passaria a realizar as atividades antes desempenhadas pelo CRD. Foi verificado que existem diversas diferenças tanto nas propostas de trabalho como nos perfis dos atendidos em cada serviço, o que inviabilizaria a simples transferência dos atendimentos de um serviço para outro. 

Em julho deste ano, foi obtido o termo de colaboração assinado entre a Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e o Grupo Pela Vidda, entidade que administra o CRD desde sua criação. O acordo teria prazo de execução e vigência de cinco anos, no valor de R$ 6.202.323,60, dando certeza da continuidade da prestação dos serviços do CRD. Contudo, em setembro, foi realizado o evento "Reunião com representantes do movimento LGBTI", oportunidade em que novamente foi apresentada a proposta de junção dos serviços do CRD com o Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas, sem, contudo, a apresentação de uma proposta final sobre como isso seria realizado. Segundo o estudo de viabilidade apresentado na ocasião, o CRD seria transferido da pasta da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para a pasta da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. 

"Entretanto, salta aos olhos no referido estudo, o fato de que, de um lado, nada foi esclarecido a respeito da referida dotação orçamentária; e, de outro, eles próprios admitiram que ainda não há tipificação dos serviços vinculados à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o que por si só já seria impeditivo para a referida transferência", dizem os promotores na ação. Por fim, sem que a prefeitura apresentasse nenhuma resposta aos questionamentos feitos pelo MPSP, soube-se do fechamento do Centro de Cidadania LGBTI Luiz Carlos Ruas e da intenção da unificação deste serviço ao CRD. 


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