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Friday , 18 de june de 2021

Operação Quebec Sierra Juliet mira policiais que sequestraram chefe do PCC

Gaeco, Corregedoria da Polícia Civil e PM cumprem mandados de prisão e de busca
Gaeco, Corregedoria da Polícia Civil e PM cumprem mandados de prisão e de busca

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, nesta sexta-feira (18/6), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo e do 4º Batalhão de Choque da Polícia Militar (GATE/BOPE), a Operação Quebec Sierra Juliet com o objetivo de dar cumprimento a dois mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 2ª Vara Especializada em Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores.

No curso das investigações, identificou-se que B.F.L.F, um dos líderes da organização criminosa autodenominada Primeiro Comando da Capital, preso em 18 de novembro de 2020, na Operação Fast Track, foi supostamente sequestrado por policiais civis integrantes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), em 24 de julho de 2020. Sempre em tese, na data dos fatos, B.F.L.F, vulgo Armani, deixou sua residência por volta das 11 horas, oportunidade em que passou a ser seguido pelos policiais, que faziam uso de um veículo furtado no Estado do Rio de Janeiro e desviado para São Paulo. Quando Armani parou em um posto de gasolina, foi arrebatado pelos agentes, que o algemaram e o colocaram no banco de passageiros do seu próprio veículo. Os quatro sequestradores, então, dividiram-se entre os dois automóveis. A princípio, os agentes exigiram a quantia de R$ 300.000,00 para a libertação de Armani, alegando ter conhecimento de que a vítima ocupava função de comando na facção e havia recebido, em data recente, a quantia de R$ 1,5 milhão para financiamento da célula “federal”.

Diante da negativa inicial de pagamento, a vítima foi conduzida até sua residência. Mediante coação, os policiais ingressaram no imóvel, de forma ilegal e sem mandado judicial. Lá, localizaram a quantia de R$ 15.000,00, que foi imediatamente subtraída pelos policiais. Em seguida, a vítima foi levada até a sede do DEIC, onde os sequestradores prosseguiram com exigência de pagamentos, como condição necessária à restituição da liberdade de B.F.L.F. Além de manter B.F.L.F privado de liberdade, os policiais disseram ter recebido denúncias anônimas que prejudicariam a organização criminosa.

Duas advogadas da facção, dentre as quais L.S.S – já denunciada na Operação Fast Track – foram incumbidas de negociar com os policiais os valores de resgate e de propina, para que Armani fosse libertado e para que os policiais não registrassem os fatos supostamente relatados por “denúncia anônima”. In loco, a advogada J.F.S providenciou o pagamento imediato de R$ 30.000,00, prometendo o pagamento de mais R$ 30.000,00 para dali a 30 dias.

Os policiais praticaram, em tese, crimes de extorsão mediante sequestro, associação criminosa, abuso de autoridade por violação de domicílio e receptação. 


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