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Thursday , 20 de july de 2017 Escola debate direitos dos refugiados e migrantesSeminário contou com apresentação de coral formado por crianças refugiadas
A Escola Superior do Ministério Público (ESMP) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) promoveram o seminário “Refugiados e Migrantes: princípio da não discriminação e igualdade dos povos” no dia 9 de junho. O evento ocorreu na sede da ESMP e contou com apoio da TV PUC/SP que transmitiu o seminário ao vivo. O evento foi marcado pela emoção dos presentes durante a apresentação do Coral de Crianças Refugiadas “Somos Iguais” regido pelo maestro João Carlos Martins. O grupo é composto por 25 crianças refugiadas da Síria, Congo e Angola. Regidas pelo maestro as crianças cantaram músicas como “Se essa rua fosse minha”, “O Natal existe” e “The Lord be magnified”. João Carlos Martins contou um pouco da sua experiência com o grupo. Ele destacou que, mesmo com as grandes diferenças das culturais dessas crianças, elas se entrosaram facilmente. “Todos temos diferenças, mas a música pode unir povos e gerações”, concluiu o maestro.
“O Ministério Público não pode se mostrar absolutamente indiferente a essas duas pautas tão relevantes. Uma democracia verdadeiramente livre não pode conviver com isso. E o melhor modo de combater a intolerância garantir a igualdade e a união entre os povos”, salientou Antonio Carlos da Ponte. A primeira exposição ficou a cargo da reitora da PUC/SP Maria Amalia Pie Abib Andery que debateu as possibilidades e limites no acolhimento. De acordo com ela, o Brasil recebeu grandes fluxo imigratórios no século XIX e tem tradição no acolhimento desses povos. “Somos um país multicultural”, declarou. Falando sobre a composição da população brasileira, Maria Amalia Andery destacou que a igualdade dos povos ainda precisa ser alcançada. “O Brasil tem uma dívida histórica com os índios e negros. É necessário entender e enfrentar isso para acolher os refugiados”. “Temos que garantir um real acolhimento dos refugiados com empregabilidade e inserção gradativa desses estrangeiros na nossa cultura. Tudo isso é uma questão política que tem custos sociais, econômicos e culturais”, concluiu Maria Amalia Andery.
“Os imigrantes e os refugiados sofrem vulnerabilidades, incertezas, solidão e violência pelo ímpeto daqueles que não reconhecem seus direitos. Tudo isso numa terra desconhecida, com idiomas diferentes e mesmo assim têm que criar relações sociais e novos laços em terras hostis”, enfatizou Silvia Chakian. Dentro desse contexto, o pior de que acontecer é a “aversão e a indiferença”. O promotor de justiça de direitos humanos Eduardo Ferreira Valério fez um questionamento inicial para reflexão: “que tipo de ordem econômica, política e social nós criamos no mundo para que ele seja tão hostil obrigando um grande contingente de pessoas a deixarem sua terra natal?”.
Na visão do promotor, essas características quando se tornam hegemônicas nos “brutalizam, estimulam ao egoísmo e a competição exacerbada. Assim ficamos a um passo para rejeitarmos aqueles que chegam com mesmo tantas dificuldades”. A discriminação que os imigrantes e refugiados sofrem também diz repeito a uma “aversão à pluralidade”. Para ele “devemos lembrar que nós somos um país de imigrantes desde 1530 quando a primeira expedição portuguesa chegou ao Brasil”. Participaram também da mesa debates Maria Cristina Morelli, assistente social e coordenadora do Centro de Acolhida para Refugiados e integrante do Caritas Aquidiocesana de São Paulo e Vinicius Feitosa, assistente sênior de Proteção da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Os dois palestrantes fizeram uma breve explanação sobre o trabalho de suas organizações no acolhimento dos refugiados e na conscientização da sociedade acerca do assunto. |
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