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Monday , 19 de august de 2013

EUA e SP debatem violência contra a mulher

Evento lota auditório da Escola Superior
Evento lota auditório da Escola Superior



Nesta segunda-feira, 19/08, a Escola Superior do Ministério Público, em parceria com a Escola da Defensoria Pública de São Paulo, Embaixada dos EUA e Consulado Americano, realizou o Seminário Internacional de Violência Doméstica contra a Mulher. O evento, idealizado pela Assessora da ESMP, Valéria Diez Scarance Fernandes - uma das maiores especialistas sobre o tema no País - teve mais de 350 inscritos, entre psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e Promotoras de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica de São Paulo (GEVID).

O evento reuniu dois reconhecidos pesquisadores americanos no tema, que além de atuarem em campo no enfrentamento à violência de gênero, também vivenciaram relações de abuso em suas vidas pessoais.

“Durante a minha infância, desde os quatro anos, convivi de perto com um agressor”, afirma Mark Wynn, representante do Departamento de Polícia de Nashville (EUA), que também atua como perito em violência doméstica nos Tribunais americanos Federais e Estaduais.

Segundo o policial, que atuou por 21 anos no setor de enfrentamento à violência doméstica da Polícia metropolitana e por 15 anos no Grupo Especial de Táticas e Armas (SWAT), uma a cada cinco mulheres americanas já vivenciaram situações de estupro em suas vidas e 60% delas já foram agredidas pelo menos uma vez por seus maridos ou companheiros, o que faz do crime de violência doméstica o mais comum no seu país. "Na maior parte dos casos, elas chamam a polícia pela primeira vez após uma média de 30 agressões", revela.

Após detalhada apresentação de dados oficiais, o público pôde conferir na segunda parte do seminário as considerações da Assessora da Divisão de Violência Doméstica da Polícia de Nashville, Valerie Wynn, criadora do Centro Mary Parrish para vítimas de violência doméstica e sexual, que compartilhou com o público uma reflexão aprofundada sobre o que pensa e o que sente uma vítima de violência.

Os dois palestrantes reforçaram a necessidade do treinamento humanizado daqueles que atuam no enfrentamento deste tipo de crime, desde policiais, promotores, juízes ou amigos da vítima; e apontaram a deficiência na capacitação como um dos maiores empecilhos no combate à violência doméstica.

Como exemplo, Mark Wynn citou que parte da policia dos EUA ainda tem o hábito de questionar porque a mulher continua casada com o agressor. "É como perguntar ao funcionário de um banco, que foi vítima de assalto, porque ele ainda trabalha naquele banco. O nosso foco deve ser punir o agressor, não julgar a vítima", critica. O especialista em violência doméstica acrescenta ainda que alguns juízes norte-americanos até mesmo perguntam a mulher “o que ela fez a seu marido para que ele ficasse com raiva?” e sugerem que “elas voltem para casa e preparem uma boa refeição em busca de uma reconciliação”.

Valerie, que também vivenciou um casamento abusivo ainda que sem agressão física, falou sobre a necessidade do empoderamento das mulheres para a superação da violência domestica. "Não podemos esquecer de perguntar às vítimas quais são seus desejos, como elas sonham viver. E devemos lembrar que todos nós, eventualmente, podemos nos apaixonar pela pessoa errada”, afirma.



A pesquisadora, que também é consultora do Departamento de Estado dos EUA, ressaltou que os agentes públicos devem evitar julgar e recriminar as mulheres, recomendando a sugestão de caminhos para que ela mesma perceba que faz uma escolha errada ao permanecer com o agressor. “Por isso, o treinamento é tão importante. Não devemos falar sobre resgate da autoestima, que é um conceito muito vago, mas ajudar a mulher a se questionar qual o valor ela dá para si mesma”.

No debate sobre as técnicas de entrevistas de violência doméstica e sobre a rede de atendimento, Mark e Valerie apontam para os diferentes tipos de agressão, que pode não ser físico e visível, mas se concretizar através de gestos de crueldade psicológica ou ataques verbais.

"Quando um homem afirma que não vive sem a mulher, que irá se matar se ela deixá-lo, ele está sendo tão abusivo quanto se a estrangulasse”, afirmou Valerie. “Da mesma forma o faz quando afirma que ela é inútil ou quando a obriga a fazer sexo contra a própria vontade”.
O evento deixou como mensagem principal a importância dos agentes públicos ajudarem a vítima a descobrir por si mesma aquilo que deve fazer para resgatar o seu próprio valor, até que possa se libertar do ciclo de violência.

O Seminário Internacional de Violência Doméstica contra a Mulher contou com a participação do Diretor da Escola Superior Ministério Público, Mário Luiz Sarrubbo; da Diretora da Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Cristina Guelfi Gonçalves; da Diretora da Seção de Educação, Imprensa e Cultura do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, Laura Gould; da Defensora Pública Ana Paula Lewin; e da Promotora de Justiça Cláudia Cecília Fedeli.


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