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Administração Superior e Gestão

"O Ministério Público construiu a minha vida", afirma Sarrubbo no Conselho Superior

"Você foi o melhor procurador-geral de Justiça que nós tivemos", diz Vidal Serrano

Em sessão do Conselho Superior realizada nesta terça-feira (27/2) e marcada por forte emoção, o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, que sai da instituição na próxima sexta-feira, disse que não deixará de ser promotor de Justiça onde quer que esteja. "O Ministério Público construiu a minha vida", declarou, agradecendo as manifestações dos colegas. "Eu sou um apaixonado pela vida, pela minha família, pelo Ministério Público, pelos meus amigos. Queria expressar aqui a minha gratidão a cada um de vocês", afirmou Sarrubbo.

"O senhor esteve ao lado de todos os colegas do GAECO nos momentos de dificuldades", enfatizou o promotor Amauri Silveira Filho, que secretariou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado até recentemente. "Todos os resultados do GAECO foram decorrentes em grande parte da atuação do doutor Sarrubbo". A promotora Fabiana Dal Mas também fez questão de exprimir seus agradecimentos pela contribuição de Sarrubbo a uma causa que lhe é cara: o combate à violência de gênero. "O doutor Mario foi um grande aliado das pautas de igualdade de gênero", sublinhou Fabiana, recordando do dia em que o PGJ esteve pessoalmente em uma estação do Metrô para distribuir panfletos sobre o Programa Guardiã Maria da Penha. "Gratidão, lealdade e amizade fraterna eu vou levar para sempre", disse Lincoln Gakiya, que revelou o apoio dado por Sarrubbo, ainda na condição de subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais, quando o promotor passou a receber ameaças de morte por parte de uma organização criminosa. 

"Que sua caminhada tenha sempre muita paz no coração", desejou a promotora Mônica Lodder, que trabalhou muito tempo com o então promotor Mario Sarrubbo no Fórum do Jabaquara. "Sabíamos que não estávamos sozinhos", comentou Claudia Habib, agradecendo à Procuradoria-Geral de Justiça pelo apoio para que os promotores do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), mesmo contrariando interesses de atores com muito poder econômico, apresentassem um desempenho tão positivo.

O promotor Arthur Pinto Filho lembrou de dois aspectos da gestão de Sarrubbo que, para ele, são marcantes: a atuação durante a pandemia e a defesa da democracia. "Você e todos nós salvamos milhares de vidas", disse, mencionando a implementação do gabinete de crise da covid-19, que estabeleceu os parâmetros, com base em orientação de um comitê de profissionais da saúde, para a atuação do MPSP durante a maior crise sanitária em um século. "Naquele momento, você colocou sua cabeça a prêmio", acrescentou Arthur, desta vez referindo-se à defesa que o PGJ fez da democracia, algo que poderia ter dado certo ou não. O decano do Conselho Superior, Fernando José Martins, associou-se a Arthur. A defesa do regime democrático "é o tipo de atribuição para a qual não tem uma cartilha".

"É na tormenta que nós conhecemos o comandante do navio", registrou Delton Pastore. "Você é aquele que conseguiu em tempos de tempestade trazer a bonança", anotou Valter Santin. "A meu juízo, você foi o melhor procurador-geral de Justiça que nós tivemos", destacou Vidal Serrano. Para a procuradora Jaqueline Lorenzetti, Sarrubbo deixa como legado a formação de novas lideranças no MPSP. Ela disse também que vê no PGJ a virtude que mais admira nas pessoas: a humildade. "Guarde por favor no seu coração a nossa homenagem. Muito obrigado por tudo que fez pelo Ministério Público", afirmou o secretário do colegiado, Arthur Lemos Junior. "Acho que foi uma gestão brilhante nas condições mais adversas", observou Cláudia Beré.

"Eu agradeço a oportunidade de ter aprendido desde o primeiro dia de trabalho até o último dia", disse, emocionada, Nathalie Malveiro, que na primeira vez que colocou os pés em uma Promotoria de Justiça como substituta tinha na mesa ao lado, em Itaquaquecetuba, o então jovem promotor Mario Sarrubbo, que, nas palavras dela própria, a acolheu. "Hoje é a despedida de um amigo. Nesta carreira, o que fica são as pessoas. Dói para a gente você sair. Você não deixou ninguém para traz", testemunhou Fausto Junqueira.

Por fim, falou a corregedora em exercício do MPSP, Liliana Mortari. Sem conseguir conter as lágrimas, ela lembrou do dia 11 de agosto de 2022, quando diversos membros da instituição saíram do Gabinete do PGJ em direção ao Largo do São Francisco, onde seria lida uma nova versão da Carta aos Brasileiros, emulando o ato célebre de 1977 em que o professor Goffredo da Silva Telles Júnior, desassombrado, repudiou a ditadura. "Aquela caminhada aqui da Riachuelo para a Faculdade de Direito foi um símbolo", declarou Liliana, para quem Sarrubbo sempre externou enorme paixão pelo Ministério Público. "Isso contagia", finalizou.