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Administração Superior e Gestão

Promotora assume Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica

Posse de Fabiana Dal Mas ocorreu no MPSP; Sarrubbo destaca luta por igualdade de gênero

Combater o discurso de ódio, lutar pelo desarmamento da população e fortalecer o protocolo de julgamento com perspectiva de gênero. Esses são os três objetivos da Secção São Paulo da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica no próximo triênio, período em que a entidade será presidida pela promotora Fabiana Dal Mas. A cerimônia de posse da nova diretoria transcorreu nesta sexta-feira (17/3), na sede do MPSP.

"É um momento raro estar numa mesa composta majoritariamente por mulheres", declarou o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, na abertura da solenidade. "Fabiana Dal Mas é uma referência. Tenho a certeza de que a associação se fortalecerá", disse o PGJ, destacando a necessidade de que, no Brasil, se alcance o absoluto reconhecimento da igualdade de gênero.

"Nossa associação tem esse compromisso com a defesa dos Direitos Humanos das mulheres e do regime democrático", salientou Fabiana, que, no início de sua manifestação, pediu que procuradoras e desembargadoras presentes ao auditório consideradas por ela pioneiras na luta pela igualdade de gênero se levantassem para serem aplaudidas de pé. "Eu as reverencio com muito carinho", afirmou a promotora, estendendo a homenagem à sua mãe (advogada) e a Rosmary Corrêa, titular da primeira Delegacia da Mulher instalada no Estado, no governo Franco Montoro.

A vice-corregedora do MPSP, Liliana Mercadante Mortari, considerou muito simbólico o fato de a posse ter como palco o Ministério Público, onde as mulheres vêm se empenhando para "fazer de seu trabalho uma trincheira na defesa da igualdade de gênero".

"Se já somos muitas no ingresso na carreira, seremos muitas no espaço de poder", assinalou a secretária do Conselho Superior, Tatiana Bicudo. Para a defensora Mônica de Melo, que assumiu a vice-presidência da entidade, as mulheres constituem a maioria das vítimas de violação de direitos. "Maior parte das pessoas que atendemos na Defensoria é de mulheres", comentou. A ex-procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo Catarina Cecin Gazelli, que venho a São Paulo representando a entidade nacional, desejou uma "profícua gestão para a doutora Fabiana" e ressaltou que os avanços no campo da igualdade de gênero exigem trabalho coletivo. Maria Sylvia Aparecida de Oliveira, do Geledés Instituto da Mulher Negra, apontou que é urgente promover a "diversidade dentro do sistema de Justiça".

"Ocupar esses espaços é um ato de resistência", argumentou a deputada federal Juliana Cardoso. De acordo com a desembargadora Luciana Almeida Prado Bresciani, o trabalho da associação é importante para dar visibilidade às mulheres e, por isso, representa um instrumento para a construção da democracia.

Além das autoridades que fizeram uso da palavra, integraram também a mesa diretora dos trabalhos a advogada Taís Nader Marta, que assumiu como tesoureira da entidade, Rejane Brunelli, representando a OAB-SP, Ieda Souza (PUC-SP), Izabella Ribas (Centro Acadêmico 22 de Agosto) e Amelinha Teles, da União de Mulheres, que foi homenageada. "Não tem democracia sem mulheres", disse Amelinha.