Promotores denunciam policiais militares por morte de estudante de medicina em São Paulo
Promotores denunciam policiais militares por morte de estudante de medicina em São Paulo
Crime foi praticado em novembro de 2024
A Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital denunciou, nesta quarta-feira (8/1), dois policiais militares que mataram um estudante de medicina no bairro da Vila Mariana. Na hipótese de a denúncia ser aceita pelo Judiciário nos termos apresentados pelos promotores Estefano Kummer, Antonio Folgado e Enzo Boncompagni, os acusados responderão por homicídio qualificado pelo motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima.
O documento indica que, enquanto um dos policiais causou a morte do jovem ao atirar contra ele, o outro prestou auxílio moral e material para o crime.
Na madrugada do dia 20 de novembro, os denunciados patrulhavam as ruas da região quando passaram pelo rapaz e pararam num cruzamento. Nesse momento, a vítima aproximou-se e desferiu um tapa no retrovisor da viatura, sem o danificar. Um dos PMs, em seguida, saiu do automóvel e iniciou uma perseguição ao universitário, que entrou no hotel onde estava hospedado. Ainda no saguão, um dos acusados conseguiu abordar a vítima, tentando segurá-la pelos braços. Nesse momento, o outro policial também se aproximou do rapaz, que ficou encurralado. Ainda conforme a denúncia, a vítima tentou se defender de um chute segurando a perna de um dos PMs. Quando o policial caiu, o outro atirou contra o estudante, atingindo-o no abdômen.
"É certo que os policiais agiram impelidos por motivo torpe, em retaliação ao tapa desferido pela vítima no retrovisor da viatura, empregando força letal contra pessoa que estava nitidamente alterada e desarmada, com evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão.
Além disso, o homicídio foi cometido com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, haja vista que os policiais estavam armados, em superioridade numérica e realizaram a abordagem de forma violenta, iniciando o confronto corporal com o suspeito", diz a denúncia.
A Promotoria ainda recomendou a prisão preventiva de um dos acusados.