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Tutela Coletiva e Cível

Música "1937" é a grande vencedora da 5ª edição do Vozes Pela Igualdade de Gênero

Apresentação das dez finalistas lotou a plateia do Theatro Municipal de São Paulo

A composição 1937, de autoria do estudante André de Andrade, da Escola Estadual Professora Cecília Rolemberg Porto Guelli, em Jundiaí, foi a grande vencedora da 5ª edição do Vozes pela Igualdade de Gênero, um projeto do MPSP e da Secretaria de Estado da Educação que utiliza a música como meio de sensibilização para os problemas sociais.

O espetáculo em que as dez músicas do concurso foram apresentadas lotou a plateia do Theatro Municipal, em São Paulo, nesta segunda-feira (6/2). “Eu confio demais em todos vocês. A bola tá com vocês”, declarou o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, na abertura do evento. Ele disse que o grande mérito do Vozes, que surgiu em 2016 para marcar os dez anos da Lei Maria da Penha, é dar a chance de “olhar o outro como ele realmente é” e fazer do mundo um lugar em que “a igualdade haverá de imperar”.

“Parabéns a vocês que têm muito a dizer”, sublinhou a vice-corregedora do MPSP, Liliana Mercadante Mortari. O secretário da Educação, Renato Feder, anunciou que pretende ampliar o projeto para que os alunos “possam voar longe”.

A música A Cura das Desigualdades, defendida por Gabriel de Oliveira Gonçalves, Larissa de Oliveira Souza e Vitor Daniel de Oliveira da Silva, da Escola Estadual Olívia Angela Furlani, de Birigui, ficou em segundo lugar. Em terceiro, a composição Portas, cuja apresentação demonstrou a extrema sensibilidade da aluna Verônica Rodrigues, da Escola Estadual Renato Rocha Miranda, de Campina de Monte Alegre.

A qualidade da produção artística e a reação entusiasmada do público, composto por alunos, educadores e integrantes do MPSP, resultaram em uma notícia surpreendente dada pelos mestres de cerimônia que conduziram com muita desenvoltura o evento, os jovens Cauã Saraiva de Oliveira, da Escola Estadual Luiz Gonzaga Pinto e Silva, da capital, e Stefani da Silva Ribeiro, da Escola Estadual Idalina Macedo Costa Sodré, de Santo André. Em vez da produção apenas da primeira colocada, todas as dez finalistas serão gravadas em estúdio.

O evento teve início com a apresentação do Trio Esemble, um grupo formado por músicos do Theatro Municipal. Os intérpretes Alex Ximenez (violino), Marcos Kiehl (flauta) e Otávio Scoss Nicolai (viola) brindaram o público, cuja imensa maioria jamais havia entrado no Municipal, com peças de Teleman e Hyden, bem como dos compositores Joaquim Antônio da Silva Calado e Patato Silva, precursores do chorinho. Por fim, a música Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, arrancou uma verdadeira ovação da plateia.

Na sequência, as promotoras Sirleni Fernandes da Silva e Cristiane Hillal traduziram, em números, a grandiosidade do Vozes, que na 5ª edição, com o tema “Nossa Voz Também é Nossa Vacina!”, contou com mais de 150 composições de 62 Diretorias Regionais de Ensino. Isso depois que 90 membros do MPSP visitaram mais de cem escolas em mais de 30 municípios, despertando nos alunos da rede pública, em um trabalho conjunto com os educadores, o interesse de participar do projeto. A votação para apontar as finalistas superou o total de 260 mil participantes.

“Professor é a profissão mais importante do mundo”, disse o PGJ, homenageando os educadores, que foram representados pela diretora da Escola Estadual Sud Mennucci, de Piracicaba, Márcia Aparecida Lima Vieira, e pela professora da Escola Estadual Luiz Martins, de Santo André, Patricia de Toledo. No palco, as duas receberam flores dos promotores João Paulo Faustinoni e Maria Cecília Alfieri por conta do impacto de seus projetos em suas unidades de ensino.

Depois disso, os integrantes do MPSP Silvia Chakian, Valéria Scarance, Renata Rivitti, Eduardo Tostes, Paula Figueiredo, Paula Ferrari, Bruno Orsini, Danilo Goto, Juliana Toconduva e Susana Henriques da Costa contextualizaram as músicas compostas e interpretadas pelos alunos, à exceção do número Ironia, defendido pela professora Aline Alves Cruzué, representando a estudante Maria Luiza, da Escola Estadual Vera Braga Franco Giacomini, de Lençóis Paulista.

Aline, acompanhada pelo promotor Eduardo Crespilho, produtor musical do evento, e pelo servidor e músico Igor Sganzerla, demonstrou extrema afinação e uma imensa potência vocal. Assim como a estudante Cibelli Cristina Pereira, da Escola Estadual Elias Massud, de Monte Mor, que emocionou o público com a força de sua voz, cantando a capela a música Não Podemos Parar.

O groove da música Funk sem Fábula, de autoria dos estudantes Marcos Ramos, Thaísa Guedes, Gabriel Henrique, Sabrina de Macedo e Riam da Silva, da Escola Estadual Coronel Francisco Schmidt, de Pereira Barreto, também empolgou a plateia, mostrando que a diversidade musical marcou o Vozes pela Igualdade de Gênero.

Completaram a lista de finalistas nesta tarde inesquecível no Theatro Municipal as composições Cenário Real Fábula, do grupo formado por Diego Vaz da Silva, Iasmyn Santana e Bárbara Lima, da Escola Estadual Professor Leopoldo Santana, de São Paulo; Máscaras, da Escola Estadual Professora Nicota Soares (Itapeva) com os alunos Beatriz de Jesus, Emanuelly de Jesus, João Vitor Siquedaira, Ana Júlia de Almeida e Jamile dos Santos; Beleza Etérea, da Escola Estadual Adherbal de Paula Ferreira, de Itapetininga, com os estudantes Giovana Soares dos Santos, Maria Eduarda Silva de Mani e Nicoly Sthefani de Souza; e Essa Voz, dos alunos Maria Eduarda Oliveira Selani, Igor Moreira Freitas, Lara Penha Mesquita dos Santos, Yohana Yndiara Nichio, Guímel Gonçalves Moreno de Oliveira, da Escola Estadual Professor Sebastião Fernandes Palma, de Ribeirão Preto.

No final do espetáculo, membros do MPSP, educadores e alunos, celebrando o sucesso do evento, juntaram-se no palco para cantar Sujeito de Sorte, composição que Belchior encerra com os seguintes versos:

Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro


Em breve, o MPSP e a Secretaria de Estado da Educação vão divulgar o tema da 6ª edição do Vozes pela Igualdade de Gênero. Sarrubbo informou que a ideia é repetir a festa no Theatro Municipal.