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Criminal

Integrante de time peruano é condenado por racismo praticado em jogo contra Corinthians

Para o GECRADI, imitar gestos de macaco depreciou todas as pessoas pretas e pardas

O preparador físico do time de futebol universitário, do Peru, foi condenado por racismo após denúncia do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI) do MPSP. Na sentença prolatada no dia 1º de dezembro, a 29ª Vara Criminal da Barra Funda estabelece a obrigação de pagar dois salários mínimos a entidade de destinação social.

De acordo com os autos, o réu acompanhava partida entre sua equipe e o Corinthians em 11 de julho deste ano quando fez provocações à torcida do time brasileiro e foi filmado imitando gestos associados a macacos. Ele chegou a ser preso em flagrante.

Para o Ministério Público, a conduta depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas pretas e pardas ao associá-la a um animal irracional. "O denunciado, ao simular um macaco para ofender torcedores, pratica conduta preconceituosa escrachada que desqualifica, rejeita e hostiliza um grupo vulnerável", afirma a denúncia do GECRADI. 

A tese defendida pela promotora Mariana Pieragnoli Viana, que atuou no caso, foi encampada pelo juiz de Direito Antonio Maria Patiño Zorz. Na decisão, o magistrado escreveu: "Como explicar para uma criança preta ou parda o significado daqueles gestos? A imagem perdurou e ultrapassou as fronteiras do campo. Não se tratava de gesto para 'um grupo de torcedores', mas sim gesto de desprezo contra o ser humano".

O réu havia sido denunciado pelo promotor Pedro Henrique Pavanelli Lima.