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Friday , 16 de august de 2013

Audiência da Comarca Terapêutica em S.J. dos Campos tem ampla aceitação

Maioria dos envolvidos em delitos de menor potencial ofensivo aceitou tratamento
Maioria dos envolvidos em delitos de menor potencial ofensivo aceitou tratamento

A Audiência de Justiça Terapêutica realizada na última segunda-feira (12/8), no Fórum de São José dos Campos, registrou 72% de aceitação, por parte dos réus e familiares, à proposta de tratamento para tentar se livrar da dependência química.

 A audiência é realizada com usuários ou dependentes de álcool e outras drogas envolvidos na prática de delitos de menor potencial, que são intimados a comparecerem no salão do Júri da cidade com um familiar. Inicialmente, assistem a uma palestra motivacional, proferida pelo Promotor de Justiça e por profissionais da saúde, de entidades de autoajuda e de um ex-dependente. Após a palestra, somente permanecem no salão os familiares, que são atendidos por um terapeuta familiar e equipe, que abordam a codependência e o papel da família na prevenção e no tratamento da dependência química.

Promotor de Justiça Fábio Rodrigues Franco Lima durante a audiência

Já os réus são divididos em grupos e encaminhados a oito salas diferentes, onde são realizados os chamados “processos circulares”, em que são empregadas técnicas de reflexão próprias da Justiça Restaurativa e da Saúde (como a escuta ativa, as perguntas restaurativas e a intervenção breve). O círculo de cada sala é conduzido pelo facilitador (profissional capacitado em Justiça Restaurativa), apoiado por um profissional da saúde e um da área jurídica.

Ao final dos círculos, é proposto ao autor do delito sua inserção em um "programa de tratamento" (para dependentes químicos) ou em um "programa de prevenção" (para usuários iniciais ou abusivos) junto a equipamentos de saúde e de inserção social e/ou a entidades de autoajuda. Se a proposta é aceita e ele cumpre o programa, o processo criminal não é levado adiante. Em caso de descumprimento, o réu perde o benefício e se inicia o processo criminal.

Na audiência da última segunda-feira, dos 32 réus presentes, 23 aceitaram o tratamento em uma unidade de saúde e/ou em uma entidade de autoajuda, o que representa 72% de aceitação.

Na avaliação do Promotor de Justiça Fábio Rodrigues Franco Lima, o resultado das audiências tem ficado acima das expectativas. “O processo circular é realizado nas salas sem a presença do Juiz e do Promotor, uma vez que não se busca uma imposição ou uma sugestão de uma autoridade. O ambiente aberto e horizontal que é criado possibilita se criar conexões e uma real reflexão dos usuários e familiares, sendo fundamental o empenho da equipe multidisciplinar e os valores de Justiça Restaurativa que são empregados”.

 A Audiência de Justiça Terapêutica conta com a dedicação dos profissionais capacitados em Justiça Restaurativa do Núcleo de Educação para a Paz (Secretaria Municipal de Educação), da Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) e da Guarda Municipal, bem como com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da saúde do CAPS-Ad, voluntariado e da CPMA (Central de Penas e Medidas Alternativas). Também conta com o empenho das entidades de autoajuda Narcóticos Anônimos, Pastoral da Sobriedade, Amor Exigente, Primeira Igreja Batista, Projeto Cura-te, Projeto Nova Vida, entre outros.

Comarca Terapêutica

O Projeto Comarca Terapêutica é um projeto articulado pelo Ministério Público com os órgãos da Justiça, Poder Público e comunidade e possui três eixos de atuação: jurídico (aplicação da Justiça Terapêutica nos processos cíveis e criminais); políticas públicas (articulação e discussão conjunta da Política sobre Drogas na cidade); e rede (construção da Rede Protetiva de Atenção às Drogas).

Clique aqui para saber mais informações sobre o Projeto.

Leia o projeto na íntegra.


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