O secretário-executivo da Procuradoria-Geral de Justiça, Fábio Bechara, esteve nesta quarta-feira (13/2) debatendo meios de combate à corrupção em evento realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), na capital paulista, numa atividade realizada pelo curso de mestrado em Políticas Públicas.

Em sua fala, o membro do MPSP refletiu sobre a importância e desafios da atuação integrada entre instituições com o objetivo de identificar e punir práticas de corrupção envolvendo setores público e privado. Ele destacou a criação, em 1998, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que "representa uma experiência relevante e reconhecida para o bem do país, sendo símbolo de cooperação inclusive com o setor privado".

Bechara destacou ainda o acordo firmado recentemente entre o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que permitiu que membros do MPSP tenham acesso a dados qualitativos sobre gastos de dinheiro público de 644 municípios paulistas, o que dá subsídios para a atuação institucional, ressaltando ainda a importância do próprio Insper na identificação de padrões que possibilitam a interpretação correta dos dados. 

De acordo com o secretário-executivo da PGJ, um dos maiores desafios para a atuação integrada no combate à corrupção é criar o entendimento de que um órgão não irá se apropriar das informações do outro, e sim que o intercâmbio desses dados deve servir para fortalecer o trabalho desenvolvido por cada um deles.

Bechara compôs a mesa de discussão ao lado do ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim, do ex-ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Controladoria-Geral da União Valdir Simão, do coordenador do Mestrado de Políticas Públicas do Insper Sandro Cabral e do cientista político e professor do Insper Carlos Melo. 

Jobim aproveitou para reforçar o posicionamento do membro do MPSP, para quem é preciso ter instituições que funcionem independentemente dos personagens que as gestionam. 

O evento foi acompanhado pela corregedora-geral do MPSP, Tereza Exner.