A Justiça Criminal de Ribeirão Preto condenou cinco pessoas por crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Desses réus, três foram responsabilizados também por integrar a organização criminosa conhecida como “PCC”. Dois dos condenados foram sentenciados ainda por vários crimes de lavagem de capitais. As penas variaram de seis a 57 anos de prisão, sendo as maiores foram impostas aos três integrantes do “PCC”, que tinham antecedentes criminais. Dois deles exerciam a função de arrecadar, em Ribeirão Preto e região, a mensalidade que os membros da organização criminosa devem pagar mensalmente, conhecida como “cebola”.
Com base na lei que trata sobre ocultação de bens, o Juízo ainda determinou a perda, em favor do Estado de São Paulo, dos automóveis apreendidos, objeto de crimes de lavagem: um Fiat/Siena, um VW/Gol, VW/Amarok, GM/D20 e Fiat/Uno, bem como dos quatros imóveis bloqueados.Parte dos acusados foi absolvida por alguns crimes de tráfico e associação ao tráfico.
Por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público de São Paulo recorreu para que os acusados sejam condenados por todos os delitos,e também para que as penas sejam aumentadas.
Segundo os promotores de Justiça do Gaeco, o caso se diferencia de outros porque alguns dos integrantes do “PCC” que se aproveitaram, por vários anos, do fato de morar em cidades menores, se mantendo distante das principais forças de investigação, acabaram desmascarados, sendo sentenciados a penas elevadas. Além disso, o patrimônio que conquistaram foi apreendido e agora deverá ser devolvido à sociedade.
As condenações são decorrentes da Operação Allium Cepa (do latim, “cebola”), deflagrada em 7 de abril de 2016 em Ribeirão Preto, Taquaritinga e Pitangueiras. Na ocasião, em Pitangueiras, foram apreendidos mais de R$ 53 mil dentro de um cofre no imóvel de um dos condenados. No mesmo dia, em Ribeirão Preto, foi descoberta uma estufa com plantas de maconha e instruções para o plantio da droga. Houve ainda a apreensão de 219 cápsulas de cocaína embaladas para distribuição, juntamente com farto material para preparo do narcótico (éter, acetona, morfina, epinefrina e cafeína, além de balança de precisão). Em Taquaritinga, foram apreendidos 200 pinos de cocaína e 305 gramas de maconha. Já 7 quilos de cocaína pura foram localizados na estrada que liga Taquaritinga a Pitangueiras.
A apuração revelou que dois dos condenados obtiveram vasto patrimônio através do tráfico de drogas. Um dels era o real proprietário de três imóveis e três veículos, sendo um deles uma camionete de elevado valor de mercado (VW/Amarok).Outro réu era proprietário de um terreno e de um veículo.
Os bens estavam registrados em nomes de laranjas ou de familiares, disfarçando a propriedade dos traficantes.