O Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento (NIGC) promoveu nesta quarta-feira (30/10) o lançamento da Solução em Ciências de Dados Forense (SCDF), de iniciativa do pesquisador do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Danilo Carlotti, e o projeto Data Analytics, de iniciativa do pesquisador Rafael Velasco, consultor do Banco Mundial, os quais permitirão, por meio da ciência de dados, aprimorar as investigações e a identificação de situações de irregularidades.
Segundo Danilo, “a SFDC permite o processamento de grandes quantidades de documentos de investigações, a produção de relatórios customizados de acordo com as necessidades dos promotores, a integração de bases de dados para pesquisas, o reconhecimento de padrões e a aplicação da inteligência artificial como ferramenta, e que poderá ser acessada por promotores de Justiça e servidores remotamente”. Explicou, ainda, a metodologia empregada: pesquisa integrada em bancos de dados (Audesp, BEC, SISOBI, RF), processamento de arquivos remotamente e técnicas de reconhecimento de padrões.
Para Rafael, idealizador do projeto Data Analytics, premiado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, “a construção de tipologias de irregularidades nas contratações públicas, como, por exemplo, a identificação das empresas que sempre perdem licitações, empresas que não possuem empregados cadastrados e vencem licitações, ou que estão localizadas em lugares inóspitos, permitirá reunir um conjunto de evidências que simplificará e acelerará a tomada de decisão dos promotores de justiça nas suas investigações”.
No evento os resultados das iniciativas foram debatidos pelo Subprocurador-geral de políticas criminais Mario Sarrubbo, o secretário-executivo da PGJ, Fábio Bechara, o coordenador do CAO Crim Arthur Lemos Filho, a coordenadora do CAEx e do NIGC Mylene Comploier, a promotora de Justiça de Carapicuíba Camila Moura e Silva, e pelo agente de fiscalização do TCESP Rodney Idankas.
“Essas ferramentas em muito vão agregar às nossas investigações”, elogiou Mylene após as apresentações dos especialistas. “Essas soluções vão mudar completamente a forma de atuação do MPSP”, complementou Camila. “O que vai dar impulso é o cruzamento de dados de outros bancos de informações de diversas instituições e tornar mais rápida a mineração dos dados”, disse a promotora de Justiça de Carapicuíba.
O coordenador do CAO Crim disse que, para a prospecção de dados ser mais eficiente, os bancos de dados e plataformas das instituições de controle externo precisam conversar entre si.
Ambas as iniciativas são fruto de parcerias iniciadas em 2018, em que o MPSP e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo se articularam com centros de pesquisa de excelência, como o Insper, para o fim de aprimorar a capacidade de controle das contratações e dos repasses de recursos públicos, e que a partir de novembro serão gradualmente disponibilizadas aos membros e servidores.