O jornal "O Estado de S.Paulo", um dos mais influentes do país, publicou, em sua edição desta segunda-feira (31/5), a reportagem "SP recupera R$ 76,4 mi de corrupção e usa na Saúde", noticiando iniciativa do MPSP que resultou na reversão de recursos em favor de ações contra a pandemia do coronavírus. Essa quantia chegou ao sistema de saúde entre janeiro de 2020 e maio de 2021. “Incentivamos os colegas a destinar recursos para o assistencialismo, especialmente neste momento”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, ouvido pelo repórter Bruno Ribeiro. “É uma tendência em todo o mundo e é uma tendência muito positiva no Brasil”, afirmou. “O acordo é justo e acaba sendo importante, porque conseguimos aplicar a pena que iria demorar dois, três, quatro anos para sair em um processo judicial, com todo custo e todo o desgaste para o sistema de Justiça”, acrescentou o PGJ, definindo-se como um "entusiasta" da Justiça penal consensual.
Parte desse dinheiro provém de Acordos de Não Persecução Penal e outros instrumentos da esfera criminal, mas há também dinheiro proveniente da área cível. “Nos últimos tempos, quando chamamos algum suspeito para obter esclarecimentos, os advogados já nos procuram para firmar acordos, uma posição diferente do que ocorria no passado. Para nós, há o interesse de reverter o dano causado pela corrupção e recuperar os ativos. Para o investigado, há essa vantagem, de evitar o processo penal, que é prolongado”, disse o promotor Roberto Bodini, do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), responsável pelo acordo do Hospital Menino Jesus.