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Wednesday, 12 de january de 2022

Paulo Marcos Reali completa quase meio século de MPSP

Procurador defende formação humanística como aliada do saber jurídico
Procurador defende formação humanística como aliada do saber jurídico

No dia 12 de janeiro de 1973, há exatos 49 anos, Paulo Marcos Eduardo Reali Fernandes Nunes, um dos membros mais longevos da instituição, ingressava no Ministério Público de São Paulo, abraçando a carreira que viu se transformar ao longo de quase meio século de atuação. "Esse crescimento do Ministério Público foi exponencial. Foi bom para o país", conta o procurador da área de Habeas Corpus. Quando ele entrou na instituição, o promotor lidava majoritariamente com o front criminal, uma ou outra coisa de cível e infância. "Mas fazíamos a área trabalhista também". Ele localiza a "semente da transformação" em 1974, quando entrou em vigor o novo Código de Processo Civil, que trazia para a causa o Ministério Público ao se constatar interesse social. Depois, a Ação Civil Pública dos anos 80 e a Constituição Federal de 1988 significaram avanços definitivos.

Formado na "velha e sempre nova" Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, Reali foi aprovado no concurso apenas um ano depois da colação de grau. Naquela época não havia curso de adaptação. "A gente tinha tutores", sublinhou. E ele lembra especialmente de dois: Alcyr Menna Barreto de Araújo e Ítalo Antônio Fucci. O primeiro o acolheu em Rio Claro, a primeira comarca na qual trabalhou, ensinando "o beabá" do que era ser um promotor. Mais à frente, em Araraquara, Fucci lhe ministrou uma verdadeira "pós-graduação" sobre a instituição, mostrando que a formação humanística é tão importante quanto o conhecimento jurídico. "É preciso saber que do lado de lá tem uma pessoa", sustenta o procurador, explicitando como vê um réu demandado pelo Ministério Público.

Para os mais jovens na carreira, Reali aconselha "fundamentalmente dedicação" para um bom desempenho no cargo. Ele também destaca a utilização da tecnologia. "Sinto-me até hoje realizado quando descubro uma ferramenta nova de trabalho", revela, recordando que nos anos 70 era preciso esperar seis meses por uma Folha de Antecedentes. Locutor com apenas 16 anos de idade na Rádio Progresso de São Carlos, sua cidade natal, - "Era a ZYR 215", lembra - e filho de advogado, Reali sempre alimentou o desejo de ser jornalista. Escrever, define, é "dos maiores prazeres" que tem. "Isso vale até para escrever um parecer". Mas, para a felicidade de seus leitores, sua produção não se restringiu às peças processuais. Reali lançou dois livros de contos: "O Pato Fui Eu" e "Karyo Chessman e os Seios da Prima". Dedicar mais tempo à criação literária, depois da aposentadoria compulsória em agosto, é uma possibilidade. Mas ele ainda não sabe qual será sua ocupação principal. "A única coisa que sei é que vou sair de casa todo dia. Não sei para onde", brinca.

De acordo com ele, o ânimo para a atuação na instituição permanece, mas admite que está mais do que na hora de parar. "Sair da mesa com um pouco de fome é melhor do que sair enfastiado", reflete.


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